BARROS NEO, Manoel Esperidião do
Rêgo
RESUMO
É importante perguntar: Os conflitos
emocionais interferem no desenvolvimento cognitivo e social? Para se compreender
a desenvolução emocional/cognitiva numa perspectiva desejante, é importante
examinar a relação “eu-outro” e percepção de mundo. Mas, é necessário examinar
também o princípio do prazer e as ações desejantes. Contudo, para que se possa
ter a extensão e a compreensão dos sentimentos emocionais e cognitivos devem-se
analisar os processos desejantes como: as paixões, sentimentos negativos e/ou
positivos, vivência e compreensão de mundo. É necessário ter em mente
a dimensão do desenvolvimento maturacional e sua extensão nos contextos vivenciais
familiares. A Pedagogia atual traz uma compreensão mais ampla do objeto do
conhecimento e a dimensão contextual entre o sujeito, os fatores vivenciais e a
dimensão dialogal de todo o processo didático pedagógico. A Neuro-psicanálise possibilita
um conhecimento mais amplo das memórias. O contexto psicossocial e
psicolinguístico é examinado pela filosofia linguística que esclarece os
princípios desejantes e os laços afetivos socioculturais. A Psicolinguística
examina as práticas discursivas, indenitárias, as práticas culturais e as
relações antropológicas entre sujeito e meio. Por outro lado a Psicopedagogia
de orientação Psicanalítica vêm estudar estados emocionais, cognitivos, sociais
(formação de grupo) e ações desejantes familiares. Este trabalho visa compreender
as condições emocionais, vivenciais e cognitivas numa perspectiva Psicológica,
Pedagógica, Psicolinguística (conceito filosófico).
PALAVRAS
CHAVE:
Desenvolvimento emocional e
cognitivo, leis sociais e familiares e linguagem corporal.
INTRODUÇÃO
O direcionamento dos conhecimentos intelectuais e
social-relacionais assegura e fortalece a socialdemocracia e partem dos fatores
psíquicos emocionais positivos ou negativos.
O domínio das ideias comportamentais sociais sadias
depende das relações psicossociais familiares. Estas abordagens abrem espaços a
construções antropológicas, históricas, econômicas, políticas e sociais. Estes
fatores determinam posições sociais e fatores grupais. Por outro lado, para que
exista uma compreensão comportamental, cognitiva e social positiva é importante
que as elações familiares e os processos desejantes sejam sadios.
É indispensável ter o entendimento da dimensão
interpessoal da construção emocional/familiar sem buscar informações sobre maturação
sócia-familiar. A maturação sócia-familiar e a compreensão de espaços são fatores
determinantes na formação da personalidade do sujeito.
Diante de tais circunstâncias é necessário mencionar
que todos os sentimentos negativos e positivos são guias essenciais à
compreensão do eu e do outro. Tais contextualizações nascem das leis sociais e
familiares estas unificam as necessidades emocional/cognitivas, físicas, educacional
e ambiental.
Ao passo que os fatores sociais, políticos e
econômicos aliam-se a estados desejantes, deve-se ter a certeza que o homem tem
características biológicas e ambientais. Tais características influenciam no
sistema nervoso central, no comportamento emocional, na cognição e em comportamento.
É importante perceber que os fatores emocionais e a saúde mental dos sujeitos
determinam o desenvolvimento das relações social/familiares e psicossociais –
grupos de amigos.
O processo desejante relacional/maturacional vem
determinar a ideia subjetiva corpórea do indivíduo, determinam também a posição
espacial (posição familiar) de cada um dos membros. Diante de tais conjecturas
examina-se que estas interferências exógenas desejantes positivas ou negativas
examinadas no âmbito familiar orientam a posição de cada indivíduo, espaços
físicos, locais proibidos e preferências. Ao mesmo tempo determina a posição
dos indivíduos na organização econômica, social e política na comunidade que
faz parte. Cabe ressaltar que tais fatores nascem da ordenação e da construção político-econômica,
histórico/social e do desenvolvimento maturacional/psicológica dos genitores.
Há todas esta contextualização examina-se que
organismo sócio familiar, seja de Classe alta, média ou baixa, distribuem-se em
espaços psicológicos desejantes, políticos e sociais. Contudo, é importante
destacar que as famílias menos abastadas apresentam-se numa posição de perda de
valores humanos, social e psicológico provocando baixa autoestima. Ou seja, a
posição de moradia, educação, emprego e renda, saúde pública e o mais grave
posição política vão ser sempre desvantajosas.
Há estes fatores une-se a saúde mental e
comportamental do sujeito social, tais estados serão determinados pelos fatores
gestacionais (desejantes), relacionais familiares (paternalistas), princípio do
prazer e processos políticos econômicos.
Freire (1996) quando menciona sobre o processo
desejante negativo na prática do ensinar, fala da negação da experiência
formadora do ensinante que dificulta e inibe a curiosidade do processo de
ensino e aprendizagem entre: ensinante e aprendente. Segundo ele (1996) os
processos autoritários trazem registros paternalistas num contexto de
autoridade. Ao mesmo tempo dificulta o
exercício da curiosidade no aprender, provocando desejos reprimidos. “A
curiosidade que silencia a outra se nega a si mesma também” (FREIRE. 1996. p.
85).
Isto vem demonstrar que as estruturas sociais que
regem os processos cognitivos não podem ser consideradas exclusivamente de
ordem congênitas, apesar de terem um caráter hereditário. Ao passo que os
fatores relacionais afetivos positivos entre o bebê e a mãe (fatores ambientais
gestacionais) e as relações pisco-ambientais unem-se ao caráter hereditário.
Cabemo-nos ressaltar que as primeiras expressões da
criança na primeira infância assumem um caráter de comunicação, “eu-outro” e
“eu-ambiente”. Tais comunicações tem um caráter de sobrevivência, nasce do
instinto animal ligando-se aos fatores desejantes.
Estes primeiros sentimentos infantis marcam o conjunto
da realidade comunicativa entre mãe e filho servindo-lhe de modelo e
sobrevivência por toda uma vida. Tais comunicações determinam também a
compreensibilidade dos saberes, cognitivos, emocionais e comportamental-sociais.
Examinado o modelo psicogenético direcionado por
Piaget que se centra na ação e manipulação dos objetos. Mostra que a maturação
biológica são fatores essenciais na estruturação do pensamento humano-
maturacional de crescimento. Por outro lado, Vygotsky (2010) examina que as
estruturas cognitivas serão estabelecidas ao contato da realidade psíquica
durante a percepção da realidade exógena. Este processo ocorre por interação
social entre o indivíduo e o mundo - relação “eu-outro”.
Assim, diante de tais compreensões pode-se concluir
que os processos de aprendizagem reúnem: educação familiar (posição e desejo),
internalização grupal, acadêmica, realidade emocional interior (construção da
personalidade) e realidade negativa ou positiva exógena.
A Psicolinguística, os sociolinguistas e a Filosofia
lógica examinam a construção dos discursos e as narrativas orais, estas
narrativas são examinadas como um conceito de identidades socioculturais ou
social-históricas. “[...] a linguagem depende de um contexto socialmente
determinado e que, portanto, estas conclusões e resultados são sempre relativos
e provisórios” (MARCONDES. 2012. p.30). Tais compreensões pautam uma mudança de
paradigma social, do mesmo modo alarga visões das interfaces psicossociais no
contexto sociolinguístico.
É indispensável um estudo dos padrões e convenções
socioculturais para se compreender ou interpretar sentidos e realizações dos
atos de fala e/ou ideologias grupais. Estas contextualizações trazem visões subjacentes
sublinhadas pela natureza social (agrupamento) situada na significação do
desejo e situação espacial dos sujeitos sociais.
Essa visão sociolinguística compreende sentidos que
atribuem ao mundo social, relação “eu-outro”, são ações intersubjetivas
cotidianas, indissociáveis dos contextos sócio/históricos, ligam-se as relações
de poder e posição social. Esta abordagem teorica traz consequências e
dinâmicas entre a linguagem e a construção social. “um primeiro elemento para a
caracterização da ideologia na linguagem pode ser identificada no fato de que a
linguagem se apresenta como transparente, como sendo produzida pelo sujeito e
estando sob seu controle” (MARCONDES. 2012. p. 33).
“[...],
o estudo de nossas ações linguísticas em contextos sociais específicos pode
sempre criar inteligibilidade sobre processos macrossociais, pois ao
focalizarmos usos da linguagem particular, estamos também nos debruçando, de
forma explicita ou não, sobre a sociedade na qual eles ocorrem. Nesse sentido,
a análise de nossas práticas discursivas nos dá acesso aos significados que
norteiam as práticas sociais envolvidas nas múltiplas formas de construção da
realidade, de si e de outro” (FABRICIO & BASTOS. 2009. p. 41).
Contudo, Fabricio
e Bastos (2009) citando Sarbin e Kitsu (1994) chamam a atenção para diversas
narrativas. E segundo estes autores muitas narrativas não correspondem a uma
realidade social objetiva e uniforme elas são frutos de processos
interpretativos que permitem aos narradores projetar sentido aos eventos
transformando-os em experiências inteligíveis. “A forma narrativa seria, uma
forma de prática social estruturada não só do discurso, mas também das relações
sociais, constituindo-se em um mecanismo rotineiro de intelecção – socialmente
aceitável e respondendo a intensões, [...]” (FABRICIO & BASTOS. 2009. p.
42).
ABORDAGEM
DIALÉTICA SEGUNDO ENGELS E OUTROS TEORICOS
Vigotsky
(2005) ao estudar as abordagens dialéticas de Engels examina a influência da
natureza física e objetal sobre o homem. Para Vigotsky (2005) essa natureza
influência e provoca mudança comportamental-psicológica em todos os sujeitos.
Mesmo porque a construção de ferramentas necessárias
a mudanças sociais e ambientais nascem da vivência emocional/cognitiva e da
luta pela sobrevivência. Segundo Vigotsky (2005) conhecimentos especulativos
demonstram que o homem age diretamente sobre sua natureza criando e
modificando-a segundo seus interesses e necessidades sociais.
À medida que o homem interfere em sua natureza
psicológica e ambiental, tais processos sociais vêm possibilitar novos conhecimentos
de mundo proporcionando o princípio da realidade - instinto e desejos. Fabrício e Bastos (2009) citando Foucault mencionam que o homem é vítima passiva de forças hegemônicas que coagem sorrateiramente sobre as suas ações. A
Psicanálise observa esta mesma passividade de forças. Cabe ressaltar que essas passionalidades
encontram-se no princípio do prazer examinado por Freud.
Estas pulsões recaem nas ações psicossociais,
posição de mundo: política, econômica, histórica e cultural. São ações
pulsionais internalizadas pelo homem modificando suas relações, impedindo seu
crescimento psíquico e ambiental. Ou seja, a vivência de mundo é determinada
por transmissões histórico-culturais (formação de grupo) e por fatores
emocionais repressivas e familiares.
Isto quer dizer que é através dos fatores vivencial/emocionais
que os sujeitos incorporam e assumem uma modalidade própria de mundo, ou seja, pertencimento,
pensamento, narrativa, construção político/social.
IDENTIDADE
DE GRUPO
Estudando o conceito de gêneros, grupos e gangues
dentro do ato infracional
examinou-se que não existe uma definição consensual na literatura sobre o que
configura uma gangue ou um grupo de jovens. No entanto, a gangue corresponde a
um grupo ou coletividade de pessoas em numero significativo de ilegalidades
ameaçadoras e violentas. São regidos por narrativas corporais (modo de vestirem-se,
tatuagens) e psicológicas.
Fabrício e Bastos (2009) mencionam sobre narrativas
indenitárias, estas compreensões trazem os atributos sociais e ações
intersubjetivas cotidianas. Neste mesmo trabalho elas observam o alinhamento e
a visão contemporânea sobre as dinâmicas indenitárias dos grupos. Para elas
tais comportamentos são fenômenos sociais estabelecidos diante do “outro”, é um
jogo de diferenças e semelhança diante deste outro.
Numa visão Psicanalítica estas relações são
direcionadas por fatores emocionais de pertencimento, necessidades
inconsciente/conscientes. Ao mesmo tempo se devem levar em conta as questões
político econômico e as relações psíquicas familiares, estas dimensões são
direcionadas por fatores psicológicos.
“[...], nossas práticas discursivas seriam sempre
responsáveis pela coprodução e coo- sustentação ativa dos regimes e ordens de
significados aos quais respondemos – ações que configuram o tipo de poder em
exercício na microfísica das relações cotidianas”. (FABRICIO & BASTOS.
2009. p. 41).
É importante citar que muitos grupos recebem
inconscientemente influência político/social, tomam decisões e direcionam
opiniões social-culturais durante seu dia-dia. E muitos os grupos recebem
impressões como desenho, pigmentos coloridos na pele (tatuagens).
As marcas ou impressões como tatuagens simbolizam
muitas vezes forças e intimidações, ao mesmo tempo trazem uma organização
espacial, emocional, cultural e cognitiva. Pode-se mencionar que são fatores histórico/antropológicos,
muitos destes grupos criam ferramentas e utensílios cotidianos. Tais marcas
trazem em seu imaginário coletivo institucionalidade que se legitimam por
autoridade e imposição através de suas estruturas de poder e ideologia
institucionalizada. Cabe ressaltar que tais ligações afetivas e cognitivas
determinam fatores comportamental-psíquico-sociais negativos ou positivos.
Estas ligações configuram um tipo de poder na microfísica cotidiana. Ou seja,
existe uma inter-relação entre o sujeito, o grupo e o ambiente de
pertencimento.
Tais sentimentos ou inter-relação passam a promover
o desenvolvimento de todos os indivíduos numa condição emocional/social e
cognitiva. Lacan (2012) examina que o “eu” se constitui com relação ao “outro”.
“O nível pelo qual o outro é vivido situa exatamente o nível no qual,
literalmente, o “eu” existe para o outro” (LACAN. 2009. p. 72). Este processo
de ordenação social foi internalizado pelos homens ao longo de anos de
história, são os chamados estados significativos.
O desenvolvimento grupal liga-se aos relacionamentos
psicossociais tendo como base as relações sócias emocional, familiares e
ambientais. É neste momento que se direcionam as bases das comunicações num
contexto de internalização do “eu”, o “outro” e o “isso”.
Primeiras comunicações
– vinculação entre mãe e filho relação “eu-outro” e a construção mental dos
indivíduos sociais e estados de desenvolvimento maturacional. A segunda
é determinada pela escola e grupos de amigos, nasce da busca inconsciente de
cada sujeito.
Contudo, convém observar que a família ou grupo de
amigos são multiplicados pelas bases psíquicas culturais e por necessidades desejantes
emocionais de todos os indivíduos. Isto é, nascem de uma única membrana
limitante, integração e carência afetiva entre mãe e filho, conflitos
social-familiares, fator desejante e/ou princípio de prazer e posição
determinados aos sujeitos na base familiar.
Tais vinculações afetivas internalizadas pelos
indivíduos trazem uma memória partilhada nas experiências vivenciais,
narrativas e comportamentais. “Essa membrana é representativa da pele de cada
um dos membros. A organização representada pela integração pessoal de cada um
dos indivíduos tende a conservar, a partir do interior, a entidade grupal”
(WINNICOTT. 2005. 213 a 225).
É necessário examinar também a linguagem, a
narrativa de pertencimento e as expressões corporais. Estas imagens determinam
necessidades subjetivo-objetivas psíquicas e sociais. Trazem os tempos dos
verbos e os adjetivos, estes modificam e dão qualidade aos substantivos nos
tempos presente, passado e futuro.
Tal processo mental e social é responsável pelos
objetos manipuláveis e os fatores linguísticos de cada indivíduo e grupos
étnicos. Estas relações determinam e interpretam as informações antropológicas:
culturais, ambientais e sentimentais de cada grupo. Ou seja, é através da
percepção sensorial que o indivíduo desenvolve a capacidade de captar os
estímulos do meio para assim processar informações cerebrais desejantes.
No entanto, deve-se
ressaltar que as narrativas são práticas discursivo-indenitárias e não podem
ser desligada de aspectos contextuais como: Político/econômicos, locais e
sentimentais nem muito menos separadas das primeiras relações sociais
desejantes.
É importante destacar
que a coerência dos sujeitos sociais depende de todos os participantes,
narrador e interlocutor. “[...], nossos relatos de experiências não são
espelhos do que aconteceu, mas sim recriações e reexperimentações” (FABRÍCIO
& BASTOS. 2009. p. 45).
Diante de tais
contexturas não se pode deixar de mencionar sobre as percepções da
Neuropedagogia nos discursos psicossociais e educacionais. Os órgãos sensitivos
como visão, audição, olfato e tato são responsáveis pela captação das
informações cerebrais cognitivas transmitidas pelo fator ambiental.
O meu campo visual é
composto pelo visível e o não visível; o invisível é o objeto a ser conhecido,
ocorre numa quantidade de processos, são idas e vindas. É uma complexidade
simultânea, e entra em jogo as capacidades atencionais. É no invisível que se examinam
os silêncios e a subjetividade narrativa do “eu-isso”. Mas, para perceber o
“eu-isso” é necessário perceber o “entre”, perceber o que me põe em
cheque.
RELAÇÕES
EMOCIONAIS – O “ENTRE”
As emoções sejam negativas ou positivas desempenham um papel central nas atividades
humanas, elas alteram a atenção e o nível de comportamento humano. Tais estados
resultam em diferentes respostas psicofísicas.
Por outro lado, as ações comportamentais positivas e/ou
negativas – o “entre” provem de vários estados emocionais-desejantes dentro do
conjunto social em que o indivíduo esta inserido. Relação grupal – escolhas de
vidas - posição social-político-econômica e cultural-histórica em que a família
e os sujeitos estão inseridos.
Diante dos dados apresentados neste contexto,
deve-se examinar que os atos agressivos promovidos pelos sujeitos sociais não
devem ser manifestados pelo dolo.
Pelas práticas discursivo-indenitárias do contexto e de aspectos locais. A
estes fatos examinam-se também o conjunto das condições emocionais são
determinados pelos fatores histórico-emocionais e familiar-coercitivos. É
importante mencionar que os primeiros estados emocionais comportamentais nascem
na primeira infância. Sendo extensiva a saúde mental social – busca por espaços,
ou seja, estados Inconscientes de morte, estados depressivos e fatores
negativos degradantes.
Cabe ressaltar que muitos estados psíquicos levam os
sujeitos ao princípio de morte, a busca pela sobrevivência. São fatores
emocionais inconsciente/conscientes, a este caso de princípio de morte
denominaremos de “compreensão do eu”.
Por outro lado o estado libidinal de prazer
(satisfação - serotonina) este estado é muito próximo do estado de morte. A serotonina ou 5-hidroxitriptamina é uma monoaminas
ou neuro transmissor produzido no tronco encefálico, núcleo da rafe,
desempenhando um papel em muitas partes do organismo. Por exemplo: é envolvida
na comunicação dos neurônios. Essa comunicação é fundamental para a percepção e
avaliação do meio, responsável pela capacidade de resposta aos estímulos
ambientais.
De acordo com Winnicott (2005) as oportunidades e
condições oferecidas pelos membros dos grupos vêm contribuir para uma coesão
grupal. E essa coesão é denominada pela psicanalise de “forças pulsionais”. Tais
energias provêm do interior e das estruturas do eu (ego) provocando muitas
vezes estados emocionais negativos.
E as bases
emocionais negativas do “eu” das genitoras são reflexos de fatores como: a
vida, a negatividade no amor, a violência domestica e aos estados gestacionais
biológicos. A perinatalidade e o contato com a primeira infância (a vida do
bebê) revelam o crescimento progressivo da criança e o desenvolvimento
psicofísico da mãe. Ou seja, tais desenvolvimentos revelaram estados psicossociais
sadios do futuro adulto.
A estas questões acrescentam-se os fatores
ambientais, cabe ressaltar que estes fatores desempenham grande importância
tanto na gestação quanto no desenvolvimento da perinatalidade. Do mesmo modo
são as condições emocionais positivas determinam fatores desejantes na primeira
infância relações: mãe e filho - cuidadores revelaram condições desejantes na
criança.
Do mesmo modo é
a segunda infância, condições positivas ou negativas proporcionariam condições
apropriadas para o desenvolvimento da personalidade do sujeito social. Estes
fatores são determinados durante as primeiras relações familiares - mãe e filho
e depois grupos de amigos.
Por outro lado
os atos agressivos seriam respostas Ics
das violências sofridas durante a gestação, nascimento, moradia, alimentação e
por fim o desenvolvimento materno durante a perinatalidade. Em resumo todos
estes fatores determinam futuras relações sociais, bem como, a posição social
política e econômica de cada indivíduo.
É necessário
perceber que o “eu” de cada indivíduo determina a consciência sociocultural e
familiar. Os estados afetivos negativos levam os indivíduos ao sofrimento
interior e exterior - processo existencialista.
Quem sou eu? As subjetividades
individuais unidas a conceitos abstratos emocional-sociais, construção do “moi”
e do “isso” vem determinar o equilíbrio interior de cada indivíduo. Essa
equilibração ou maturação é provocada pelos conflitos internos, refletindo na
busca do “eu” pelo “outro”.
Fabricio e
Bastos (2009) percebem que a inteligibilidade e a ordenação de espaço- temporal
caracterizaram a experiência e a completude da narrativa de cada indivíduo
dentro do contexto social desejante.
VIOLÊNCIA E AGRESSIVIDADE
Sobre este tema
deve-se perguntar: o que é agressividade? Segundo Marcelos
(2012) agressividade é um comportamento adaptativo e intenso. Violência é
um constrangimento físico ou moral exercido sobre outro.
Diante de tais
contextualizações a agressividade é o resultado deste constrangimento ou uma
resposta à violência sofrida inconscientemente pelos sujeitos. Nasce das
relações sociais e da saúde mental de cada indivíduo, estado psicossociais.
É oportuno
frisar que muitas violências podem levar os sujeitos a inibirem o princípio de
prazer e a curiosidade diante do objeto a ser conhecido. Um dos sintomas é a
negação social e/ou negação inconsciente de si mesmo. Tais estados podem levar
o sujeito à evasão escolar, este processo muitas vezes torna-se irrealizável durante
o processo de conhecimento levando-o à agressividade.
Muitos sujeitos
são levados a silenciarem, necessitando de uma investigação na privação da
palavra - silêncio. Ao mesmo tempo deve-se perceber o processo metodológico e o
processo pedagógico científico. Os estados emocionais dos ensinantes e as
relações grupais dos aprendentes também contribuem para o conflito
socioescolar. Somos reflexos do todo, o todo é um reflexo das narrativas
indenitárias de varias contextualizações ambientais.
A de se
considerar que estas agressividades podem apresentar-se de diversas formas, o
sujeito agressivo direciona esta catexia
para si mesmo. Estas excitações ou catexias podem ser consideradas como
pulsões. Freud (1997)
considera estas excitações como um processo dinâmico, é o limite entre o
psíquico e somático. Lacan (1997)
menciona que este impulso é identificado a uma pura e simples tendência a
descarga psíquica da excitação interna.
INTERPRETAÇÃO
CONSTRUTIVISTA
Lakomy
(2003) ao estudar as concepções construtivistas interpreta o processo de
ensino-aprendizagem com vistas a um caráter social.
“O
professor é um agente mediador entre o aprendente e a sociedade, e o aprendente
é um agente ativo na construção do seu conhecimento por meio da sua interação
com o mundo físico e social”
(Lakomy. 2003. p. 33).
Lajonquière
(2007) destaca que a ordem cultural não pode ser imaginada além da estrutura da
linguagem familiar. Deve-se examinar que as linguagens trazem trajetórias
hierarquizadas da relação sócia familiar. Para Lajonquière (2007) as posições
dos sujeitos podem variar em relação ao universo da lei de linguagem. Ou seja,
antes do intercambio grupal de mulheres na formação familiar, a significação da
fêmea reduzia-se a uma relação individual biologicamente motivada por essa
relação. Estes estados de preconceito ou dominação de poder machista leva a uma
relação do domínio da estrutura linguística paternalista dominante, e tais
processos passam por diversas gerações.
Vigotsky
(2010) examina que o comportamento dos seres humanos é formado pelas
peculiaridades das condições biológicas e sociais durante o seu desenvolvimento.
É necessário frisar que a escola deveria desenvolver as diversas modalidades de
pensamento cognitivo. Ela tem o papel de buscar e apropriar-se das experiências
antropológicas ampliando seu contato com o mundo, a comunidade e a família no
qual o sujeito esta inserido.
Ao
passo que a Instituição de Ensino tem por objetivo formalizar, a cultura
vivencial, a existencial e a intelectual dentro dos processos desejantes dos
aprendentes e dos ensinantes. Por outro lado se buscarmos os fatores históricos
perceber-se que as Instituições de Ensinos foram construídas para atenderem as
classes sociais mais privilegiadas.
Como
já se examinou anteriormente os fatores afetivos determinam os fatores
cognitivos, não existe uma dissociação entre um e o outro – ensinante e
aprendente.
Assim,
o comportamento de ambos deve-se apresentar negativo ou positivo. Cabe
ressaltar que o processo de ensino e aprendizagem é determinado por estados
subjetivos e objetivos, necessidade de compreensão do “eu e do outro” e pela
busca do objeto de conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É
necessário perguntar: o que é proibição? A proibição é a enunciação de uma lei,
as leis sempre foram atos de palavras, o “não” vale apenas pela posição e diferença
em relação ao outro significante, o afirmador. Este “não” tem uma força
significativa no imaginário de cada sujeito, e sua recepção ou internalização
nasce das primeiras relações. “[...], as leis do parentesco são leis que
pressupõem a estrutura da linguagem, única estrutura capaz de fixar os níveis
do parentesco”
(LAJONQUIÈRE. 2007. P. 152). Essa ordem
“não ou sim” é obra de um discurso que com o jogo significante social recorta e
ordena. Ao mesmo tempo da luz aos caprichos culturais.
Winnicott
(2011) menciona que a família como grupamento social relaciona-se com a
estrutura do desenvolvimento afetivo-emocional e ao mesmo tempo determina a
formação da personalidade dos sujeitos. “A família é o primeiro agrupamento, e
de todos os agrupamentos é o que está mais próximo de ser um agrupamento dentro
da unidade da personalidade”.
Contudo, a
maneira como direcionamos o “não” modifica-se diante da construção antropológica,
significante e significado. Hoje o “não” é administrado pelo medo e a imposição.
Por outro lado o desconhecimento da Lei: 8.069/90, tanto pelos educadores como
pela sociedade e pela família. O art. 56 do Capítulo IV da Lei: 8.069/90
menciona sobre a obrigação dos gestores e docentes diante dos abusos, evasões e
faltas.
Freud
(1996) menciona que o princípio de prazer é inibido no âmbito familiar diante
da realidade do mundo externo. Para a Lacan
(1997) o surgimento de um novo sujeito, enquanto sujeito do inconsciente tem um
conceito metapsicológico. Para
o citado autor este sujeito só vem atingir a dimensão do outro por intermédio
do enlaçamento da pulsão.
A
consciência psicanalítica examina que para que exista um ser, nasce primeiro o
desejo entre o “eu e o outro”, somos objetos de desejo. Para a biologia a
relação óvulo e espermatozoide torna-se embrião, sujeito, um objeto Ics
desejante para seus pais. Esse processo emocional- biológico Cs/Ics provoca um
estado pulsional tanto nos pais quanto na criança. E muitas vezes o objeto
desejado (bebê), tornar-se um grande problema social, isto é, deseja-se um rei
e cria-se um monstro.
REFERÊNCIAS